Deitei à terra a última semente.
Era preciso comer a carestia.
O mundo desejou ser crente,
Porque Deus não aparecia.
Reguei a flor, cuidei do bago.
Cerquei a vinha de tod` agrura.
Senti na boca um sabor amargo:
Morres-me, pouco ou nada perdura.
Chegou o dia, a festa da colheita.
O Homem desacreditado louvou:
"Bendito seja o Senhor que a criou".
Ao longe, curava esta doce maleita:
Árduo o trabalho de cultivar,
Simples o processo de desavinhar.
sexta-feira, 27 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Versos Desgarrados
Os lábios sentiram-lhe o corpo deitado,
Os outros dela esboçaram dois sorrisos:
Um, pela quebra do silêncio alcançado,
Outro, pelo prazer dos sentidos.
A promessa estava enclausurada,
A sete mil chaves naquela cama.
E nada em forma de palavra inacabada
Destruiria a rítmica de quem ama,
Ou quer ou deseja loucamente…
Dois versos desgarrados em paixão,
A declamar o que se sente.
E os corpos entrelaçados na união,
Exprimiram as vogais e as consoantes.
Foram poetas por breves instantes!
Os outros dela esboçaram dois sorrisos:
Um, pela quebra do silêncio alcançado,
Outro, pelo prazer dos sentidos.
A promessa estava enclausurada,
A sete mil chaves naquela cama.
E nada em forma de palavra inacabada
Destruiria a rítmica de quem ama,
Ou quer ou deseja loucamente…
Dois versos desgarrados em paixão,
A declamar o que se sente.
E os corpos entrelaçados na união,
Exprimiram as vogais e as consoantes.
Foram poetas por breves instantes!
sábado, 21 de março de 2009
In Memoriam
Era uma vez, diz a mãe ao filho,
Em jeito de conto prometido.
Embalado no seu regaço, ouvia com brilho,
A vida de um homem desconhecido
Era uma vez, sussurava com ternura,
A música de um amor ancestral.
Mas o conto era seiva que perdura,
No âmago do menino paternal.
Era uma vez, acarinhava com firmeza,
E o menino ouvia-a encantado,
Sobre o Homem que a memória apagou.
Que grandioso legado, afirmou com certeza:
A honra do nome do pai conquistado,
Lacrado no último beijo que lhe deixou.
Em jeito de conto prometido.
Embalado no seu regaço, ouvia com brilho,
A vida de um homem desconhecido
Era uma vez, sussurava com ternura,
A música de um amor ancestral.
Mas o conto era seiva que perdura,
No âmago do menino paternal.
Era uma vez, acarinhava com firmeza,
E o menino ouvia-a encantado,
Sobre o Homem que a memória apagou.
Que grandioso legado, afirmou com certeza:
A honra do nome do pai conquistado,
Lacrado no último beijo que lhe deixou.
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